sábado, 27 de junho de 2009

CONTRADIÇÃO!!!!!

CAUSOS QUE GOSTAMOS DE CONTAR!!!!!!!!!!
Nivaldo Lima de Araujo, aposentado, 69 anos, agricultor, analfabeto, filho de pais analfabetos com 08 irmãos a maioria também analfabetos e os outros apenas fazem e lêem os seus nomes. Criado na zona rural (Roça) chegou a freqüentar a escolar, mas não se interessou em continuar.
Casou-se com a Srª Cidelcina, que estudou até a 2ª série do Ensino Fundamental, trabalhavam e moravam na roça, os primeiros filhos dos 08(06 meninas e 02 meninos) que tiveram nasceram também na roça. Mudaram-se para a cidade, nasceu o 5º filho e a Senhora começou a trabalhar fora, primeiro lavando roupas e trabalhando em casa de família em seguida conseguiu um trabalho como funcionária pública, enquanto Sr Nivaldo trabalhava nas fazendas próximas cortando madeira. Ela colocou todos os filhos na escola mesmo contra a vontade do marido, principalmente por que o filho mais velho já podia ajudá-lo em seu trabalho e com isso ele teria um ofício como o pai e dizia sempre “pra que esses meninos na escola, aprendeu a fazer o nome ta bom, até por que caneta de pobre é enxada” mas, os filhos continuaram na escola, sempre revezado os turnos para no outro turno ajudar no que fosse necessário, os mais velhos terminaram o ensino fundamental e em seguida o ensino médio aí a história muda em 1994 quando a filha mais velha termina o curso profissionalizante de magistério todos os parabéns na cerimônia de colação de grau não foram pra D. Cidelcina que manteve os 07 filhos na escola sozinha, mas para o Sr. Nivaldo que era o chefe da Família, a cabeça dele começou a mudar no ano seguinte quando mais duas terminaram e outra vez ele recebeu os parabéns e reconhecimento das pessoas que estavam na colação de grau no mesmo ano as três já estavam trabalhando, o filho mais velho foi ajudá-lo e os outros terminaram o ensino médio, formaram todas professoras.
Então as filhas do meu Pai hoje são três especialistas com graduação na UNEB Campus IV, uma cursando Licenciatura em Geografia e a outra desistiu de Licenciatura em História para cursar Odontologia. Nem sempre caneta de pobre é enxada, nem sempre filho tem que seguir a mesma profissão dos pais.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

DITADOS POPULARES!! VOCÊ CONCORDA?????

"Cada qual é para o que nasce."



"Filho de peixe, peixinho é."



"Quem nasce para a forca não morre afogado."


"Pau que nasce torto morre torto."





"Quem nasceu para burro nunca chega a cavalo."




Ditado, como o próprio nome diz, é a expressão que através dos anos se mantém imutável, aplicando exemplos morais, filosóficos e religiosos. A teoria do Inatismo está presente em todos os ditados populares elencados acima, gostaríamos de saber a sua opinião!!!!!!! E acrescente outros de você souber!

quinta-feira, 25 de junho de 2009

'Tal pai, Tal filho" Maurício de Sousa Produções Ltda


A concepção Inatista pode ser observada em ações, costumes e forma de pensar. Através do link abaixo você vai encontrar esta historinha em quadrinho na íntegra. Divirta-se!!!!!!!!!!!!!!!


http://www.monica.com.br/comics/tal/welcome.htm

ABORDAGEM INATISTA (TAMBÉM CONHECIDA COMO APRIORISTA OU NATIVISTA)



  • FUNDAMENTOS TEÓRICOS E FILOSÓFICOS: Inspirada nas premissas da filosofia racionalista e idealista se baseia na crença de que as capacidades básicas de cada ser humano, personalidade, potencial, valores, comportamentos, formas de pensar e de conhecer são inatas, ou seja, já se encontram praticamente prontas no momento do nascimento. Enfatiza assim os fatores maturacionais e hereditários como definidores da constituição do ser humano e do processo de conhecimento.


  • DESCONSIDERA: As interações sócio-culturais na formação das estruturas comportamentais e cognitivas da criança. Nessa visão o desenvolvimento é pré-requisito para o aprendizado.


  • ASPECTO PEDAGÓGICO: A educação pouco ou quase nada altera as determinações inatas. Os processos d ensino só podem se realizar na medida em que a criança estiver "pronta", madura para efetivar determinada aprendizagem. Esse paradigma promove uma expectativa significativamente limitada do papel da educação para o desenvolvimento individual, na medida em que considera o desempenho do aluno fruto de suas capacidades inatas.

    PRÁTICA PEDAGÓGICA: Na prática escolar, podemos identificar as conseqüências da abordagem inatista.
    • Não desafia, não instrumentaliza o desenvolvimento de cada indivíduo, pois se restringe àquilo que ele já conquistou;
    • Prática pedagógica espontaneísta, pouco desafiadora, na maior parte das vezes, subestima a capacidade intelectual do indivíduo, na medida em que seu sucesso ou fracasso depende quase exclusivamente de seu talento, aptidão, dom ou maturidade;
    • Desconfia do valor da educação e do papel interveniente e mediador do professor;
    • Atuação se restringe ao respeito às diferenças individuais, aos desejos, aos interesses e capacidades manifestadas pelo indivíduo, ao reforço das "características inatas" ou ainda à espera de que processos maturacionais ocorram.

    CONSEQUENTEMENTE:

    • O desempenho das crianças na escola deixa de ser responsabilidade do sistema educacional;
    • Terá sucesso a criança que tiver algumas qualidades e aptidões básicas, que implicará na garantia de aprendizagem, tais como: inteligência, esforço, atenção, interesse ou mesmo maturidade de aprender;
    • A responsabilidade está na criança (e no máximo na família) e não na relação com o contexto social mais amplo, nem na própria dinâmica interna da escola.


Fonte: CRUZ; L. C. [et al]. Teorias da Aprendizagem. Fortaleza: Accessu Educação Superior Faculdade Ateneu, 2008.Disponível em <>. Acesso em 25/06/2009 às 19:43.



Após a leitura desse texto propomos uma análise das respostas dadas em uma entrevista realizada por nós em 19/06/2009, com professores do Ensino Fundamental. Ao todo foram entrevistados seis professores, mas postaremos apenas duas entrevistas através das quais poderemos perceber a presença de algumas questões esclarecidas no texto.

Sujeito 1. Leciona a 10 anos na rede pública.


Sujeito 2. Leciona a 10 anos.



Questões



1. Você acredita que a inteligência é pressuposto para o desenvolvimento dos alunos?



Sujeito 1. "Depende de como se conceitua inteligência, já que todos nascemos propensos a aprender desde que sejamos estimulados adequadamente e assim desenvolveremos a(s) inteligência(s)."



Sujeito 2. "Sim. Depende do que entendemos por inteligência. Considerando que todo indivíduo já traz consigo o conhecimento prévio, faz´se necessário o aprimoramento, o estímulo, a 'lapidação' deste.



2. Para você por que alguns alunos aprendem e outros não?



Sujeito 1. "Por falta de estímulos externos que desenvolva sua capacidade de aprender, tais como: família, qualidade de vida, meio social, etc. Além da 'vontade' de aprender que conta muito para o desenvolvimento do aluno."



Sujeito 2."Vários fatores interferem para o aprendizado ou não. Por exemplo, um indivíduo que vive em condições sócio-econômicas e culturais favoráveis tem mais facilidade em aprender, Entretanto , é necessário o querer, tanto dele, quanto o da família que o acompanha. Acrescenta-se ainda que também os menos favorecidos conseguem aprender, pela própria necessidade de sobrevivência que o impulsiona a buscar o aperfeiçoamento."



3. O ensino tem a função de expandir algo que já vem constituído na bagagem hereditária?



Sujeito 1. Sim.



Sujeito 2. sim.



4 O que é indispensável para que o seu aluno aprenda?



Sujeito 1."Desejo de ambas as partes - quem ensina e quem aprende- condições adequadas de ensino e motivação."



Sujeito 2. "Faz-se necessário que o mesmo tenha o desejo de aprender e que também tenha a oportunidade de aprimorar o que já sabe, bem como aprenda coisas novas, desenvolva outras inteligências."



5. Qual a função da aula?



Sujeito 1. "Proporcionar o desenvolvimento das habilidades e competências que o educando tem, além de iniciar a aprendizagem de outras."



Sujeito 2. "Aprimorar e desenvolver habilidades e competências que o aluno já dispõe e também dar oportunidade para novas aprendizagens."

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Até em música... Veja se você consegue perceber a concepção inatista!!!





Modinha para Gabriela
Dorival Caymmi


Composição: Dorival Caymmi


Quando eu vim pra esse mundo
Eu nao atinava em nada
Hoje eu sou gabriela
Gabriela he! meus camaradas
Eu nasci assim, eu cresci assim
Eu sou mesmo assimVou ser sempre assim
Gabriela, sempre gabriela
Quem me batizou, quem me iluminou
Pouco me importou, e assim que eu sou
Gabriela, sempre gabriela
Eu sou sempre igual, nao desejo mal
Amo o natural, etecetera e tal
Gabriela, sempre gabriela
Fonte: www. imagens.google.com

Inatismo na Educação

Sabemos que para essa teoria o homem já nasce pronto, o que significa que as experiências pouco importam já que a sua personalidade, os seus valores, os pensamentos, as emoções e até a sua conduta social são a priori.
A consequência disso (o homem ser biologicamente determinado) em sociedade é a justificação de hierarquias, classes sociais, tornando a mobilidade social inconcebível.
Na educação essa concepção pode assim ser caracterizada:
  • "O conhecimento é pré-formado, e as estruturas mentais se atualizam na medida que o ser humano amadurece, vai reorganizando sua inteligência pelas percepções que tem da realidade, vai se tornando apto a realizar aprendizagens cada vez mais complexas.
  • A aprendizagem consiste no armazenamento das informações prontas, acabadas, através da memória.
  • O ensino consiste na transmissão do conhecimento, através da exposição de conteúdos organizados de acordo com a lógica do professor, ainda que sem significado para os alunos.
  • A avaliação consiste em medir o quanto das informações passadas foram retidas na memória pelos alunos. O grau de aprendizagem mede-se pelo estoque de informações acumuladas."

Referências Bibliográficas: Disponível em <http://www.moodle.ufba.br/mod/book/view.php?id=9850&chapterid=8906>. Acesso em 12/06/2009 às 14h.

REVISTA SUPERINTERESSANTE
EDIÇÃO 183







Ciência
Tal pai, tal filho?
Um pai inteligente vai gerar um filho inteligente? Afinal: talento, comportamento e vocação estão impressos nos genes?



TAL PAI, TAL FILHO?

Novas pesquisas trazem de volta a velha discussão sobre hereditariedade.

O escritor Alexandre Dumas, de Os Três Mosqueteiros, é pai do escritor Alexandre Dumas, de A Dama das Camélias. Isso prova que o talento está nos genes? O cantor Xororó é pai de uma dupla que faz mais sucesso do que ele - Sandy e Júnior. Prova cabal de que não só a voz, mas também a empatia com o público estão gravadas no DNA? Então, como explicar que Leopold, um esforçado violinista austríaco, tenha gerado Mozart? Que mistério separou Pelé, o maior jogador da história, de seu filho Edinho, um goleiro no máximo dedicado. Afinal, talento, inteligência e mesmo comportamento passam de pai para filho? Como? Pelos genes, como a cor dos olhos e a calvície, ou pela convivência familiar? O que teria tido maior influência na formação do escritor Luís Fernando Verissimo: o DNA ou a biblioteca do pai Érico?
A polêmica é velha, mas está atualizadíssima por novos estudos da neurociência e da genética comportamental, que tornaram quase inegável a tese de que o que há dentro da nossa cabeça sofre influência dos genes. No entanto, tem muita gente que ainda não está convencida.
Não é à toa que esse papo de inteligência ser hereditária gera polêmica. A crença na hereditariedade de traços intelectuais deu origem a muitas tragédias no passado. Tudo começou no século 19, logo após Charles Darwin publicar A Origem das Espécies. Seu primo Francis Galton aplicou a teoria da seleção natural para humanos, criando a infame teoria eugênica. Imaginou algo que hoje dá medo: a possibilidade de aprimorar a raça humana com cruzamentos genéticos planejados. Nessa época, "cientistas" saíam pela África com colete de caçador e cachimbo, medindo crânios, para disparar conclusões deste tipo: os europeus são mais inteligentes que os africanos porque têm o cérebro dois centímetros maior. Era o ápice da crença na inteligência como parte da natureza, inata e portanto imutável. Acontece que, por trás das mãos precisas, munidas de régua e embasadas pelo imparcial discurso científico, estavam os preconceitos da época. As pesquisas partiam do princípio de que a raça branca é superior.
Não é à toa que histórias como a de Tarzan surgiram no fim do século 19. Vivendo na selva desde menino, Tarzan é um homem que conservou o nível de inteligência, a moral e os valores ocidentais mesmo vivendo entre árvores e bichos.
A preocupação com a "degeneração da raça" era comum no começo do século 20. Os cientistas saíram em busca do humano ideal, livrando-se do "imperfeito". Em 1907, o estado americano de Indiana aprovou uma lei de esterilização obrigatória para "criminosos, idiotas, estupradores e imbecis".
A lei virou moda nos Estados Unidos. Estima-se que 60000 esterilizações forçadas tenham sido realizadas por lá. Em 1927, a Suprema Corte americana permitiu a esterilização de uma doente mental argumentando que "três gerações de imbecis são o bastante". A eugenia esteve presente em todo o mundo, não só na Alemanha nazista, que se notabilizou por isso.
Esses desastres deram um mau nome para a genética e a tese de que o talento passa de pai para filho passou a ser identificada como antidemocrática e preconceituosa. Hoje, entretanto, a própria ciência oferece substrato para o multiculturalismo e a tolerância racial. Sabe-se que a diferença de DNA entre dois brancos pode ser maior que entre um negro e um branco. A mal falada genética comportamental deu o braço a torcer e admitiu que os genes só apontam tendências, agindo em interação com o ambiente, e não impondo destinos inexoráveis. "As influências genéticas no intelecto existem, mas estão mergulhadas na interação entre genes, psicologia e desenvolvimento. Não são diretas, nem irreversíveis, nem inescapáveis, nem inevitáveis", diz o cientista alemão Volkmar Weiss.
Uma pesquisa de neurocientistas americanos e finlandeses, de dezembro de 2001, avançou muito na questão da falta de ligação entre hereditariedade e inteligência. O estudo comparou dez pares de gêmeos idênticos e dez pares de gêmeos fraternos. Todas as 40 pessoas, na idade entre 33 e 51 anos, passaram por testes de QI e exames cerebrais de ressonância magnética. O resultado: 95% dos gêmeos idênticos - com exatamente o mesmo genoma - alcançaram níveis de QI muito semelhantes.
Já entre os gêmeos fraternos - que compartilham metade dos genes - isso aconteceu com só 60% deles. Bateu direitinho com o que os geneticistas esperavam: quem tinha genoma igual tirou nota quase sempre igual; quem tinha genoma 50% igual tirou nota 50% diferente. Outra coisa: os pares que se deram bem nos testes de QI tinham, segundo os exames de ressonância magnética, a região do córtex frontal do cérebro (área acima dos olhos) e regiões de processamento da linguagem maiores e mais desenvolvidas. Ou seja, a inteligência parece mesmo estar associada, senão ao tamanho do crânio, pelo menos à quantidade de massa cinzenta.
Isso não significa que quem tem um lóbulo frontal mais desenvolvido está com a vida feita - nem que os recrutadores do departamento de recursos humanos deveriam admitir o pessoal analisando radiografias do cérebro. Primeiro, porque o que se herda, segundo a pesquisa, é a capacidade de ser inteligente, e não a inteligência em si (as potencialidades precisam interagir com o ambiente). Segundo, porque o que se chama de nível de QI não é a medida da capacidade em todas as técnicas e áreas de conhecimento.
QI mediria o raciocínio lógico, que ajuda as pessoas a irem bem na escola, mas não as torna mais criativas. "Nossa pesquisa mostra que os genes determinam os limites", diz Paul Thompson, professor da Universidade da Califórnia e coordenador do estudo. Quer dizer então que não é certeza que um casal talentoso gerará apenas gente talentosa?
Não. E quem pode negar essa hipótese com autoridade é a estudante Ann McMillan Nunes, 19 anos, americana de Santa Clara, Califórnia. Ela é fruto do Repositório de Escolha Germinal, um banco de esperma criado em 1981 por um magnata californiano chamado Robert Graham. Usando apenas o esperma de vencedores de Prêmios Nobel e óvulos de mulheres de alto QI, Graham pretendia criar uma geração de gênios. Ann, nascida a partir de um espermatozóide de Edwin McMillan, Nobel de Química de 1951, deveria ser um deles. "Eu me considero uma pessoa inteligente e feliz, mas não mais inteligente nem mais feliz que a média", diz ela.
A saída que os neurocientistas encontram para explicar casos assim é que as influências do DNA no intelecto não são determinadas pelas simples leis mendelianas - de genes recessivos e dominantes, que a gente aprende na escola. As tendências seriam poligênicas, determinadas pela combinação de vários genes. Ou seja: para a ciência, caracteres intelectuais podem ou não passar de pai para filho - depende das complexas e imprevisíveis combinações de um monte de genes.
Um modelo ótimo para testar essas teorias são os gêmeos idênticos. Essas pessoas têm o código genético absolutamente igual. Ou seja, se talento e inteligência estão mesmo no DNA, então é de se esperar que esses pares de irmãos tenham capacidades bem parecidas, mesmo quando criados longe. "Nos últimos dez anos, vários estudos mostraram gêmeos idênticos que viviam há muitos anos em ambientes diferentes - experimentando cultura, religião e situação financeira diversas - e apresentavam características comportamentais parecidas, como depressão ou QI", diz Marco Calegaro, professor de Psicologia da Universidade do Sul de Santa Catarina.
Em 1996, psicólogos americanos apresentaram um estudo polêmico mostrando que o irmão idêntico de alguém que se divorcia tem seis vezes mais chances de tomar o mesmo caminho e se separar da mulher. Entre gêmeos fraternos, a estatística deu o esperado: a probabilidade cai pela metade. Os pesquisadores sabem que o divórcio é um conceito cultural e restrito - seria absurdo que se divorciar fosse genético.
O que aumentava, segundo eles, era algo mais amplo: a tendência de não se limitar a apenas um parceiro.
Outro método de pesquisa bastante útil é o de comparar filhos adotivos com os pais sociais e os biológicos. Se os garotos têm comportamento parecido com o dos pais adotivos, então a transmissão foi cultural. Se eles lembram mais os pais biológicos, de quem se separaram com poucos meses de vida, ponto para a herança genética. Em 1977, os pesquisadores dinamarqueses Mednick e Christiansen compararam a ficha policial de homens adultos que foram crianças adotadas na década de 50 com a ficha policial dos pais adotivos e dos pais naturais. O resultado mostrou que o comportamento era mais influenciado pela genética que pela convivência. Quando o pai adotivo tinha a ficha suja, 12% dos filhos seguiam o mesmo caminho. Quando os pais biológicos tinham conduta violenta, a estatística passava para 22% dos filhos com o mesmo comportamento.
Mas a pesquisa também ajudou a demonstrar que o ambiente tem seu poder: quando os dois pares de pais haviam cometido crimes, o número de filhos criminosos pulava para 36%. Mesmo assim, em nenhum dos casos a taxa passava de 50%. Prova de que o que passa de pai para filho, seja pela genética ou pelo convívio familiar, são tendências e não destinos inexoráveis.
E os dons? O que explica a presença de habilidades especiais para a música ou para o desenho em crianças de 5 anos? Segundo Carmen Mendoza, professora de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais, talentos inatos podem aparecer em forma de maior habilidade cognitiva necessária para cada expressão artística. Há poucos números sobre isso, mas, segundo ela, as habilidades mais influenciadas geneticamente são o raciocínio verbal (essencial para escritores), o raciocínio numérico e o espacial (aquele usado para enxergar em um tronco uma escultura). Na música, o talento inato aparece em forma de "ouvido absoluto", a capacidade de reconhecer uma nota musical sem a referência de outra.
Há controvérsias. Para Paulo Venturelli, escritor e professor de educação infantil na Universidade Federal do Paraná, talento não pode ser hereditário porque é um conceito que depende mais dos outros que de nós mesmos. Tanto que cada época define o que considera talentoso. A história tem vários exemplos de pessoas hoje consideradas gênios que passaram despercebidas no passado. Bach foi considerado em sua época um ótimo organista e um mau músico. O pintor Van Gogh, tido hoje como genial, morreu na miséria.
Segundo Carmen, o peso da genética na formação da inteligência é de 70%, e não se pode aumentar muito a inteligência de uma pessoa. A professora se baseia em três estudos realizados na década de 70 com crianças de até dez anos. Nos três, melhoraram a saúde, a nutrição e a educação das crianças, mas o QI subiu só dez pontos.
Enquanto isso, cientistas mais humanistas sequer reconhecem a validade dos testes de QI, usados em quase todas as pesquisas sobre hereditariedade de traços intelectuais. "Inteligência é um processo de ligação com o mundo, de se entender e se colocar no mundo. Sendo um processo, não é algo pronto, não é mensurável", diz Venturelli. "Por isso, elucubrações acerca de características inatas são bobagem", afirma. Será? "É claro que a inteligência pode ser medida", diz Carmen. Por acaso deficientes mentais são iguais a gênios? Cada especialista pode ter sua opinião, mas para convencer a comunidade científica é preciso apresentar dados, e não usar a base emocional", afirma.O assunto desperta paixão porque acerta em cheio na concepção do ser humano. Tem gente que acha que o homem é único, contraditório, imprevisível, não um robozinho determinado pelos botões do genoma. Outras pessoas fascinam-se com esse complexo mecanismo bioquímico e interpretam como uma vã rebeldia a vontade do homem de se achar maior que ele. A essência da vida são as experiências adquiridas ou a longa cadeia de DNA? Tudo indica que não seja nem um nem outro, mas um pouquinho de cada.




REFERÊNCIAS: SUPERINTERESSANTE. Tal pai, tal filho? Disponível em : <http://super.abril.com.br/superarquivo/2002/conteudo_121025.shtml>. Acesso em 24/06/2009 às 18h 24min.



A ÁGUIA E A GALINHA

Uma metáfora da condição humana

Era uma vez um camponês que foi a floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Coloco-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas. Embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista. Enquanto passeavam pelo jardim, disse o naturalista:
- Esse pássaro aí não é galinha. É uma águia. - De fato – disse o camponês. É águia. Mas eu criei como galinha. Ela não é mas uma águia. Transformou-se em galinha como as outras, apesar das asas de quase três metros de extensão. - Não – retrucou o naturalista. Ela é e será sempre uma águia. Pois tem um coração de águia. Este coração a fará um dia voar ás alturas. - Não, não – insistiu o camponês. Ela virou galinha e jamais voará como águia. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e desafiando-a disse: - já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou: - Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! - Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente amanhã. No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no teto da casa. Sussurrou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, abra as suas asas e voe!
Mas quando a águia viu lá embaixo as galinhas, ciscando o chão, pulou e foi para junto delas. O camponês sorriu e voltou à carga: - Eu lhe havia dito, ela virou galinha! - Não – respondeu firmemente o naturalista. Ela é águia, possuirá sempre um coração de águia. Vamos experimentar ainda uma ultima vez. Amanhã a farei voar. No dia seguinte, o naturalista e o camponês levantaram bem cedo. Pegaram a águia, levaram para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto e ordenou-lhe: - Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra
, abra suas asas e voe! A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte. Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergue-se, soberana, sobre se mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento...


(Autor: Leonardo Boff)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Inatismo ou Apriorismo




O inatismo ou apriorismo é uma teoria da aprendizagem que considera que o homem já "nasce pronto", ou seja, as possibilidades de adquirir conhecimentos são hereditárias, inatas, predeterminadas.
Para essa teoria o indivíduo não sofre quase nenhuma transformação, pois o meio ambiente pouco interfere em seu desenvolvimento. Segundo Davis e Oliveira " as qualidades e capacidades básicas de cada ser humano - sua personalidade, seus valores, hábitos e crenças, sua forma de pensar, suas reações emocionias e mesmo sua conduta social - já se encontraria basicamente prontas." (1994, p.27)
Quanto à relação epistemológica básica, Becker (1993) afirma que todo o desenvolvimento do conhecimento compete restritivamente ao sujeito (sujeito para obejto).
Logo os objetivos da educação para essa concepção estão relacionados ao aprimoramento do conhecimento e na formação do homem através do afloramento do seu conhecimento.
Enfim percebemos que a concepção inatista é utilizada cotidianamente para fundamentar ideologias que marginalizam e rotulam os indivíduos.
Referências Bibliográficas
BECKER, Fernando. A epistemologia do professor: o cotidiano da escola. Petrópolis: Vozes, 1993. .
DAVIS, Claúdia; OLIVEIRA, Zilma M. R. de. Psicologia na educação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1994.