- FUNDAMENTOS TEÓRICOS E FILOSÓFICOS: Inspirada nas premissas da filosofia racionalista e idealista se baseia na crença de que as capacidades básicas de cada ser humano, personalidade, potencial, valores, comportamentos, formas de pensar e de conhecer são inatas, ou seja, já se encontram praticamente prontas no momento do nascimento. Enfatiza assim os fatores maturacionais e hereditários como definidores da constituição do ser humano e do processo de conhecimento.
- DESCONSIDERA: As interações sócio-culturais na formação das estruturas comportamentais e cognitivas da criança. Nessa visão o desenvolvimento é pré-requisito para o aprendizado.
- ASPECTO PEDAGÓGICO: A educação pouco ou quase nada altera as determinações inatas. Os processos d ensino só podem se realizar na medida em que a criança estiver "pronta", madura para efetivar determinada aprendizagem. Esse paradigma promove uma expectativa significativamente limitada do papel da educação para o desenvolvimento individual, na medida em que considera o desempenho do aluno fruto de suas capacidades inatas.
PRÁTICA PEDAGÓGICA: Na prática escolar, podemos identificar as conseqüências da abordagem inatista.
• Não desafia, não instrumentaliza o desenvolvimento de cada indivíduo, pois se restringe àquilo que ele já conquistou;
• Prática pedagógica espontaneísta, pouco desafiadora, na maior parte das vezes, subestima a capacidade intelectual do indivíduo, na medida em que seu sucesso ou fracasso depende quase exclusivamente de seu talento, aptidão, dom ou maturidade;
• Desconfia do valor da educação e do papel interveniente e mediador do professor;
• Atuação se restringe ao respeito às diferenças individuais, aos desejos, aos interesses e capacidades manifestadas pelo indivíduo, ao reforço das "características inatas" ou ainda à espera de que processos maturacionais ocorram.
CONSEQUENTEMENTE:
• O desempenho das crianças na escola deixa de ser responsabilidade do sistema educacional;
• Terá sucesso a criança que tiver algumas qualidades e aptidões básicas, que implicará na garantia de aprendizagem, tais como: inteligência, esforço, atenção, interesse ou mesmo maturidade de aprender;
• A responsabilidade está na criança (e no máximo na família) e não na relação com o contexto social mais amplo, nem na própria dinâmica interna da escola.
Fonte: CRUZ; L. C. [et al]. Teorias da Aprendizagem. Fortaleza: Accessu Educação Superior Faculdade Ateneu, 2008.Disponível em <>. Acesso em 25/06/2009 às 19:43.
Após a leitura desse texto propomos uma análise das respostas dadas em uma entrevista realizada por nós em 19/06/2009, com professores do Ensino Fundamental. Ao todo foram entrevistados seis professores, mas postaremos apenas duas entrevistas através das quais poderemos perceber a presença de algumas questões esclarecidas no texto.
Sujeito 1. Leciona a 10 anos na rede pública.Sujeito 2. Leciona a 10 anos.
Questões
1. Você acredita que a inteligência é pressuposto para o desenvolvimento dos alunos?
Sujeito 1. "Depende de como se conceitua inteligência, já que todos nascemos propensos a aprender desde que sejamos estimulados adequadamente e assim desenvolveremos a(s) inteligência(s)."
Sujeito 2. "Sim. Depende do que entendemos por inteligência. Considerando que todo indivíduo já traz consigo o conhecimento prévio, faz´se necessário o aprimoramento, o estímulo, a 'lapidação' deste.
2. Para você por que alguns alunos aprendem e outros não?
Sujeito 1. "Por falta de estímulos externos que desenvolva sua capacidade de aprender, tais como: família, qualidade de vida, meio social, etc. Além da 'vontade' de aprender que conta muito para o desenvolvimento do aluno."
Sujeito 2."Vários fatores interferem para o aprendizado ou não. Por exemplo, um indivíduo que vive em condições sócio-econômicas e culturais favoráveis tem mais facilidade em aprender, Entretanto , é necessário o querer, tanto dele, quanto o da família que o acompanha. Acrescenta-se ainda que também os menos favorecidos conseguem aprender, pela própria necessidade de sobrevivência que o impulsiona a buscar o aperfeiçoamento."
3. O ensino tem a função de expandir algo que já vem constituído na bagagem hereditária?
Sujeito 1. Sim.
Sujeito 2. sim.
4 O que é indispensável para que o seu aluno aprenda?
Sujeito 1."Desejo de ambas as partes - quem ensina e quem aprende- condições adequadas de ensino e motivação."
Sujeito 2. "Faz-se necessário que o mesmo tenha o desejo de aprender e que também tenha a oportunidade de aprimorar o que já sabe, bem como aprenda coisas novas, desenvolva outras inteligências."
5. Qual a função da aula?
Sujeito 1. "Proporcionar o desenvolvimento das habilidades e competências que o educando tem, além de iniciar a aprendizagem de outras."
Sujeito 2. "Aprimorar e desenvolver habilidades e competências que o aluno já dispõe e também dar oportunidade para novas aprendizagens."
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